terça-feira, 9 de março de 2010

Consequências


A subida de 0,8ºC na temperatura média global deixou já marcas importantes no nosso ecossistema, das quais as variações extremas no clima são as mais visíveis.

Independentemente do que fizermos nos próximos anos, a temperatura média subirá pelo menos mais 0,5ºC, uma vez que os oceanos têm alguma "inércia" que impede que a temperatura reaja de imediato ao aumento da concentração de gases de efeito de estufa. Prevê-se que este aumento provoque um aumento generalizado do nível do mar e da desertificação.

Sem medidas para reduzir as emissões, a temperatura subirá 0,8ºC até 2050, despoletando uma série de consequências gravíssimas e irreversíveis no nosso ecossistema, como a propagação generalizada de doenças tropicais e a extinção de mais de 20% das espécies actuais de fauna e flora.



Aumento expectável da temperatura terrestre sem a aplicação de


medidas de redução e as respectivas consequências. (Fonte: IPCC, USNAS, USDOE)


Variações extremas no clima:

Ao longo dos últimos 10 anos, o número de relatórios de cheias, ondas de calor, furacões e outras variações climáticas tem aumentado consideravelmente (e embora parte deste aumento se possa dever a um maior acesso a informação, o facto de o número de terramotos reportados se ter mantido relativamente constante sugere que existem outras causas). A maior parte da comunidade científica acredita que este é um dos primeiros efeitos visíveis do impacto do aquecimento global no nosso ecossistema.



Aumento do nível do mar:

Nos últimos 120 anos o nível do mar subiu cerca de 20cm. Dois fenómenos contribuíram para este aumento, ambos relacionados com o aquecimento global: a expansão térmica dos oceanos (o volume dos oceanos aumenta com a temperatura) e o derretimento das calotes polares (degelo). Estima-se que, sem um esforço para diminuir as concentrações de CO2, o nível do mar suba cerca de 0,5 metros nos próximos 100 anos, com consequências graves para áreas e cidades costeiras.



Desertificação:

Uma das consequências mais marcantes do aumento da temperatura global é o aumento das regiões secas e áridas. Este fenómeno é já particularmente visível em África mas alastrar-se-à pelo planeta, levando a uma diminuição generalizada dos terrenos próprios para cultivo, a um avanço dos desertos e à consequente ameaça das populações limítrofes, e a alterações substanciais na fauna e na flora das regiões afectadas.



Propagação generalizada de doenças tropicais:

Doenças como a malária, a cólera, a febre do Nilo Ocidental ou a febre Dengue estiveram até muito recentemente confinadas às regiões tropicais. O aumento da temperatura global permite que os mosquitos e outras espécies que normalmente propagam estas doenças sobrevivam em latitudes mais elevadas. Regiões como a Itália, por exemplo, registam já um número crescente de casos de malária, enquanto que a febre do Nilo Ocidental já fez mais de 800 vítimas nos Estados Unidos e Canadá.



Extinção em massa de espécies de fauna e flora:

Segundo o IPCC, um aumento de 1,5ºC a 2,5ºC na temperatura média global porá em risco de extinção 20 a 30% das espécies actuais de fauna e flora. O risco de extinção é uma consequência directa das variações no clima, do aumento do nível do mar e da desertificação, cujo efeito combinado provocará desequilíbrios tremendos no ecossistema de mais de um milhão de espécies.

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